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Diante da iminente possibilidade de perder mais de US$ 100 bilhões em faturamento com o fim das patentes de medicamentos de venda em massa até 2013, a indústria farmacêutica global começa a se reinventar. Alterar essa trajetória requer substituir investimentos no desenvolvimento de grandes sucessos de venda — ou seja, em remédios conhecidos em todo o mundo como Viagra ou Lipitor, da líder global do segmento Pfizer — por drogas voltadas a pequenas populações, além de atuar em parceria com instituições acadêmicas e governos para desenvolver novas drogas para, ao mesmo tempo, reduzir os investimentos em pesquisa e aumentar a rentabilidade.
Segundo estudo do Centro de Estudos de Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade de Tufts, nos Estados Unidos, com a adoção do novo modelo de atuação em curso, o segmento passará por uma mudança dramática nos próximos anos. O levantamento aponta que as dez farmacêuticas mais afetadas somam US$ 95,5 bilhões em vendas com esses medicamentos cujas patentes vencem entre 2010 e 2013. “Nos próximos cinco anos essas empresas vão mudar muito e, daqui a dez anos, estarão irreconhecíveis”, afirma Kenneth Kaitin, diretor do centro de estudos.
O ponto nevrálgico dessas mudanças toma como base o fato de a indústria precisar cortar custos para o desenvolvimento de medicamentos e tentar reduzir os riscos desses investimentos. Em média, a cada dez pesquisas para a descoberta de novas drogas , apenas três têm retorno de seu investimento. O custo de uma nova droga é, em média, de US$ 1,3 bilhão, ao longo de cerca de 15 anos, sendo que muitas falham nas últimas fases de testes, antes do pedido de aprovação pelos órgãos responsáveis.
“A proporção é muito pequena para sustentar a quantidade necessária de novos produtos à indústria e ao mundo. As drogas que estão sendo aprovadas não são suficientes para trazer os ganhos exigidos ”, diz Kaitin.
Outra questão primordial dentro desse processo de mudança é o aumento dramático da dependência entre as empresas. “Atualmente o modelo integrado virou regra, se alguma indústria quiser fazer tudo sozinha, vai falir”. Ao mesmo tempo, como as universidades estão estranguladas e precisam de dinheiro, elas têm ganhado importância e incentivos do governo — pela via da saúde e não da ciência — para vender conhecimento à indústria.
Prejuízos
A
Pfizer, por encabeçar a lista das empresas que mais sofrem com o fim
das patentes de remédios , é uma das empresas que mais se esforçam para
configurar essas parcerias. Segundo estudo da Universidade de Tufts, a
empresa pode perder cerca de US$ 29,2 bilhões em receitas até 2013. Só o
Lipitor, medicamento para colesterol mais vendido no mundo, fatura
anualmente US$ 12,9 bilhões. A patente termina em novembro nos Estados
Unidos.
“Em função do fim das patentes, precisamos criar uma nova
fizer e nossa maior esperança está na biotecnologia. Estamos mudando
nosso perfil e acelerando o desenvolvimento de pesquisas”, diz Belén
Carrillo-Rivas, diretora de pesquisa e desenvolvimento em projetos e
estratégia da companhia.
As parcerias com universidades —
centenas ao redor do mundo — devem trazer à companhia cerca de 40% de
redução no custo e no tempo de desenvolvimento de um novo medicamento,
segundo Belén. “Nosso foco agora está menos em tentarmos criar um grande
novo medicamento, como o Viagra, e mais em focar nos tratamentos para
pequenas populações ” . Este ano, a Pfizer vai investir US$ 7 bilhões em
pesquisa, 25% menos do que o ano passado.
Fonte: Brasil Econômico